Histórico

O Programa de Pós-Graduação - Mestrado Profissional - em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental, desde sua criação, contribui para a formação de profissionais altamente qualificados, capazes de relacionar conhecimento teórico e aplicado e de utilizar método científico para a desafiadora busca da sustentabilidade. O curso de pós-graduação estimula profissionais atuantes no mercado a voltarem à universidade para pesquisar e propor soluções de problemas aplicados na sua área de atuação ou local de trabalho. Para isso, o Programa conta com um corpo docente e discente multidisciplinar, além de uma estrutura curricular atual e flexível. Professores de diferentes campos do conhecimento estão integrados, com a finalidade de se atingir a desafiante proposta de transdisciplinaridade, que é intrínseca à sustentabilidade. Os alunos, por sua vez, são: administradores, biólogos, engenheiros agrônomos, ambientais, civis, geógrafos, pedagogos, promotores de justiça, advogados, turismólogos, consultores, analistas ambientais, entre outros. O reflexo disso é que nos projetos de pesquisa, nos trabalhos de conclusão e na produção bibliográfica, muitos assuntos têm sido foco dos estudos. Citam-se dissertações defendidas nas áreas de direito ambiental, valoração econômica ambiental, espeleoturismo, tratamento de efluentes, gerenciamento de resíduos sólidos, gestão e percepção ambiental etc. Sendo assim, o Programa está preparado para promover a formação de profissionais e soluções de desafios atuais da sociedade.

O curso de Mestrado Profissional iniciou-se em 2008, com a seleção da primeira turma, que foi constituída de alunos pertencentes a órgãos do Sistema Estadual do Meio Ambiente– (SISEMA), sendo 23 alunos da

 

 

Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM); 1 aluno do Instituto Estadual de Florestas - IEF; e 1 aluno do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). Todos os temas abordados faziam parte de projetos estruturais destes órgãos, dos quais os alunos eram parte da equipe executora. As aulas das disciplinas obrigatórias e eletivas do programa foram ministradas na cidade de Belo Horizonte, às quintas-feiras, sextas-feiras e sábados, na sede do (SISEMA), local de trabalho dos alunos. Do total de alunos, dez concluíram o mestrado no tempo regulamentar.

A segunda turma, iniciada em 2009, contou com 27 alunos ligados ao sistema da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). As aulas para esta turma foram ministradas às quintas- feiras, sextas-feiras e sábados, também na cidade de Belo Horizonte, em salas alugadas pelo Programa.

Em 2011, por meio de um novo edital, foram selecionados alunos provenientes de diferentes áreas, não vinculados a uma única empresa. Inicialmente, foram selecionados 36 alunos, aos quais se juntaram outros 6 novos alunos, selecionados como bolsistas em meados de 2011, sendo estas bolsas de estudo do próprio programa. As aulas para a turma de 2011 foram ministradas às sextas-feiras e sábados, no prédio da Escola de Minas, no Campus da Universidade Federal de Ouro Preto. Na esperança de um melhor resultado com a nova formatação do processo de seleção da nova turma, a coordenação lançou novo edital ao final de 2011, selecionando 40 novos alunos. Apesar da grande procura pelo curso neste novo formato, a operacionalidade do mesmo foi comprometida, especialmente, em função da falta de vínculo de grande parte dos alunos com empresas e, também, pela imensa heterogeneidade dos projetos e interesses variados, que prejudicaram o andamento do curso, dificultando o oferecimento de disciplinas eletivas, que deveriam atender tanto aos anseios dos alunos quanto às definições estabelecidas pelos orientadores.

No início de 2012, foi necessário proceder a uma repactuação, configurada pela redefinição dos orientadores e, em alguns casos, do próprio projeto de pesquisa. Isso levou o Colegiado do Curso a prorrogar o prazo de defesa de 24 para 30 meses para praticamente todos os alunos dessa turma de 2011. Novamente em 2012 foi lançado edital de seleção para alunos de diferentes empresas, além do oferecimento de algumas bolsas (pagas pelo Programa) para os que não tinham vínculos empregatícios. Foram selecionados 25 (vinte e cinco) alunos de diferentes áreas de atuação, o que fez com que o Colegiado buscasse novas matérias eletivas a fim de atender a demanda destes interessados. Após a conclusão dos créditos, os alunos vinculados à empresa tendem a levar mais tempo para a conclusão da dissertação, uma vez que o tempo para a escrita é consideravelmente menor.

Por fim, no segundo semestre de 2014 iniciou-se uma nova turma, oferecida em parceria com o HidroEX, com predominância do assunto do Controle Ambiental no aspecto hídrico, uma vez que o HidroEX era na época um órgão vinculado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com reconhecida Excelência em Águas. Esta nova turma iniciou-se com 23 pessoas, sendo 2 bolsistas (bolsas do próprio Programa). A grade eletiva, novamente, foi adequada a fim de se atender a demanda daqueles que constam nesta nova turma, com caráter hídrico, sendo distribuídas nas três áreas de concentração de maneira uniforme. O que demostra que a flexibilidade da matriz curricular é importante para o atendimento a demandas específicas como neste caso. O Programa nesta parceria, apesar de todas as dificuldades – pois o Hidroex foi extinto antes dos alunos terminarem as disciplinas –, conseguiu formar 14 mestres que hoje atuam na região de Frutal – MG. Considerando o mapa de destaque territorial, elaborado pelo prof. Rodrigo Nóbrega e colaboradores (DESTAQUE TERRITORIAL: PROPOSTA DE MODELAGEM SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL PARA AVALIAR A INSERÇÃO SOCIAL NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS – publicado em 2018 na Revista Brasileira de Ciências Ambientais), este Programa atingiu com esta turma uma região afastada dos centros maior densidade de PPGs e com vulnerabilidade média. O que demonstra que a flexibilidade até então pensada para o Programa permitiu um alcance muito importante para a pós-graduação em ciências ambientais no país.

O colegiado do Programa, no final de 2017, entendeu que a oferta de vagas (em turmas) deveria ser periódica. Anteriormente, entendia-se que a oferta de vagas poderia ser de forma esporádica (entendimento possível da agora revogada Portaria CAPES 17/2009). Isso sempre ocorreu já que as turmas eram formadas em função de demandas específicas de diferentes agências e instituições e do mercado de trabalho, como o caso descrito na parceria com o Hidroex. A partir de 2018, também por decisão do colegiado, o Programa buscou tornar o seu

 

corpo docente dedicado mais robusto, definindo regras claras de credenciamento e recredenciamento. O intuito dessas mudanças foi dar maior identidade ao curso de pós-graduação, mesmo com todas as suas especificidades, diversidades e multidisciplinaridade.

Portanto, no ano de 2018, o programa iniciou uma turma do mestrado profissional, na qual os alunos estão trabalhando com vários temas importantes no que tange a sustentabilidade socioeconômica ambiental. No final de 2018, houve outro processo seletivo com 16 alunos aprovados de diversas áreas de formação, as aulas dessa nova turma tiveram início em março de 2019. Também em 2020 mais 18 alunos foram matriculados no programa em aulas iniciadas em março deste ano. Ressalta-se que essas turmas são de formação multidisciplinar e majoritariamente composta por profissionais atuantes na região da sede deste Programa, o que é uma característica marcante do mestrado e impacta positivamente no processo de inovação extra- acadêmico. Necessário destacar a atuação de alunos engenheiros, advogados e biólogos nas áreas afetadas pelo rompimento da Barragem de Fundão em Mariana, o que demonstra uma importante forma de inserção social e interação com sociedade. Pode-se elencar também projetos com temas como ligados à atividade econômica e ao patrimônio histórico, cultural e social da região de Ouro Preto. Tal atuação demonstra importante inserção regional do Programa (interiorização).

Ressalta-se que o Programa a partir de 2018 passou a ter periodicidade na oferta de vagas alunos, portanto somente a partir do início de 2020 começaram a se ter as defesas das dissertações. Ocorreu um período de aproximadamente dois anos que poucas defesas foram registradas – apenas daqueles alunos que tiveram prazos estendidos por motivos diversos. O período que o programa passou sem ter defesas é em função da interrupção de novas turmas. Não tiveram entradas em 2015, 2016 e 2017. O que foi explicado anteriormente: entendimento de que o mestrado profissional pode ter ofertas esporádicas.

No início do mês de abril de 2019 em reunião do colegiado foi aprovado o novo regimento do Programa. Dentre muitas alterações que buscaram o aumento da qualidade do programa, cabe destacar uma nesta contextualização histórica: A mudança das áreas de concentração. Anteriormente eram as seguintes :(i) Ambientometria; (ii) Políticas Publicas e Meio Ambiente, e (iii) Desenvolvimento e Meio Ambiente. Essas áreas, muitas vezes pelo seu sombreamento refletiam em um desequilíbrio aparente da atuação do programa, principalmente nas informações do Sucupira. Por isso a partir de 2019 devem ser consideradas as seguintes áreas de concentração: (i) Governança, legislação, economia e políticas para a sustentabilidade; (ii) Avaliação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais. Além das alterações nas áreas de concentração, também forma ampliadas as linhas de pesquisas. Tudo isso está em consonância do o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFOP (2016-2025), que deixa evidente a necessidade qualificar e melhorar a inserção do seu corpo docente na pós-graduação

O Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental é um importante fator impulsionador de debates acadêmicos e profissionais, tanto em sala de aula quanto nas organizações públicas e privadas onde os alunos laboram. Dessa forma, com o conhecimento adquirido nas aulas e principalmente no projeto de dissertação (na maioria das vezes um projeto de intervenção – com alto grau de aplicabilidade –, ligado a busca de resultados positivos que devem ser alcançados dentro da empresa e a implementação destes resultados no ambiente de trabalho), passamos da experiência puramente acadêmica para uma experiência prático- profissional, além do conhecimento acadêmico adquirido. O Programa recebe uma demanda considerável e profissionais ligados às organizações privadas, públicas e, também, alunos atuantes destas áreas e com interesses na continuidade da vida acadêmica, seja na pesquisa ou lecionando em instituições de ensino, desde aquelas ligadas ao ensino fundamental, tecnólogo e superior.